Angiografia Radioisotópica

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Nosso intuito neste texto é tornar fácil a compreensão sobre o exame de Ventriculografia Radioisotópica, seja no contexto médico ou do paciente elegível para esse procedimento.  Para maiores detalhes, procure nossa assistência médica.

Outros nomes que este procedimento pode ser chamado:

  • Ventriculografia com Radioisótopos
  • Ventriculografia Radioativa
  • MUGA
  • Ventriculografia cardíaca com radioisótopos
  • Angiografia radioisotópica
  • Determinação mobilidade das paredes ventriculares em repouso
  • Dinâmica cardíaca em repouso
  • Estudo função ventricular em repouso- técnica de equilíbrio
  • Determinação da fração de ejeção com radionuclídeos
  • Função cardíaca mobilidade das paredes ventriculares em repouso
  • GATED Blood Pool

Introdução:

A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, que pode comprometer a capacidade de enchimento ou ejeção do sangue do coração.
Estas anormalidades podem levar a sintomas como cansaço e redução da capacidade funcional e, consequentemente, redução qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Uma parte importante da avaliação da IC é a avaliação da fração de ejeção, podendo ter relação com estes sintomas e prognóstico do indivíduo. Tal avaliação deve ser feita de um modo acurado, direto, de fácil obtenção e com boa reprodutibilidade, destacando-se o exame de ventriculografia radioisotópica.
Neste método, além da avaliação do ventrículo esquerdo (VE), comum em outros métodos, pode-se avaliar a função do ventrículo direito (VD) de uma maneira mais útil que seus semelhantes, útil no caso de cardiopatias congênitas, IC, hipertensão pulmonar e DPOC.

Indicações:

  • Doença arterial coronariana e valvar;
  • Doença cardíaca congênita;
  • IC: basicamente diferenciando causas isquêmicas de não isquêmicas e definindo componentes sistólico e diastólico;
  • Reserva Miocárdica: nas valvopatias e miocardiopatias, quando associado à análise com exercícios;
  • Avaliação de cardiotoxicidade por quimioterápicos;
  • Avaliação de rejeição pós-transplante cardíaco.

Radiofármaco:

O exame utiliza hemácias marcadas com 99mTc-pertecnetato para sua realização. Apesar de haver diferentes kits para a marcação das hemácias, o mais comum é que se use o de pirofosfato estanhoso (Sn2+).

Preparo:

Informe a equipe sobre a possibilidade de gestação/amamentação.
Drogas que podem comprometer a eficiência de marcação e devem ser evitadas, sob orientação médica: heparina, solução glicosilada, digitais, bloqueadores do canal de cálcio, dipiridamol, hidralazina, prazocin, propranolol, digoxina, doxorrubicina, dextrose, metildopa, penicilina e quinidina.
Atenção também deve ser direcionada ao eletrocardiograma de repouso: ritmos irregulares, como fibrilação atrial (FA) ou extrassístoles frequentes, podem causar dificuldade de interpretação do exame.

Como é feito o exame?

A medicação é injetada em acesso calibroso após marcação (acima descrita) e são analisadas as fases de fluxo (angiografia de primeira passagem), imediatamente à injeção e equilíbrio (alguns minutos após- ventriculografia), sincronizadas com eletrocardiograma.
Indivíduo permanece em decúbito dorsal na maior parte do exame.

Efeitos Colaterais:

Nenhum efeito colateral maior foi descrito. Atenção somente aos pacientes com hipersensibilidade à medicação injetada o que configura evento raro.

Como Solicitar?

Código TUSS: 4.07.01.01-8 Angiografia Radioisotópica.

Imagem:

 

 

Figura 8: Evidencia a sequência de passagem do radiofármaco na Angiografia de Primeira Passagem: A- Veia subclávia direita leva o radiofármaco às câmaras cardíacas direitas. Daí, o mesmo passa para tronco pulmonar (B), pulmões (C), cavidades esquerdas (D) e finalmente para a circulação sistêmica (E).

Considerações finais:

Tanto a ventriculografia quanto a angiografia radioisotópicas são métodos simples e úteis na avaliação da função do VE, sobretudo após procedimentos, eventos como infarto e monitorização após tratamento em pacientes oncológicos com quimioterápicos cardiotóxicos, sem deixar de lado portadores de patologias cardiológicas congênitas.
A análise direcionada por profissionais experientes garante segurança no tratamento e acompanhamento clínicos.

Referências Bibliográficas:

  • Hess OM e Carroll JD. Avaliação Clínica da Insuficiência Cardíaca. In: Braunwald Tratado de Doenças Cardiovasculares; Rio de Janeiro: Ed Elsevier, 2010; p561-82
  • Chalela WA, Brito FS et al. I Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Cardiologia Nuclear. São Paulo. 2002
  • Rocco TP, Strauss WF. Evaluation of ventricular function in patients with coronary artery disease. J Nucl Med 1989; 30: 1149-65
  • Salis FV, Thom AF, Função Ventricular por Radionuclídeos – Indicações Clínicas Gerais: Programação de Marcapasso. In: Thom AF e Smanio PEP – Medicina Nuclear em Cardiologia da Metodologia à Clínica; Ed Atheneu; São Paulo. 2007.
  • Chalela WA, Meneghetti JC . Atualização da Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Cardiologia Nuclear. São Paulo. 2005

 

Autor: Dr. Elry Medeiros Vieira Segundo Neto – CRM/SP 127.564 – Médico Nuclear